Sunday, January 29, 2017

Silencio

A dimensão de Scorsese é tão grande que não há forma de contar com os seus filmes quando os mesmos são lançados na corrida pelos galardões. Dai que a surpresa de olharmos para este ano e apenas encontrarmos este silencio no nomeado para melhor fotografia quebrando algo que já era rotineiro sempre que o realizador lançava o seu novo projeto. Mesmo com este floop até podemos dizer que o filme foi bem recebido com avaliações essencialmente positivas contudo em termos comerciais as coisas não correram bem ao filme e isso acabou por não funcionar como impulso final.
Sobre o filme é conhecida a forma como um tema como a religião e principalmente a luta entre elas é fracionante na forma como a sociedade está dividade. Dai que era obvio que todos sabiam que o filme em termos teoricos e morais nunca poderia ser um filme unanime e isso parece totalmente declarado pelo realizador. Restava o filme funcionar em pleno como experiencia cinematografica tendo em conta o realizador e aqui tenho que dizer que já vi Scorsese fazer muito mais e melhor, sem no entanto não deixar de sublinhar que se trata de um filme com elementos de qualidade.
Penso que o filme começa bem, a primeira hora de resistência de luta acima dos limites humanos por uma ideologia e a forma como a mesma se ia cruzando com diferentes povos e culturas totalmente escondidos do podes instaurado. O problema do filme é quando isso acaba e o filme se centra na alteração de uma pessoa, quando vai do coletivo para o individual onde o filme se limita a ser repetitivas sequencias de turtura com um propósito, que é certo que coloca um bom dilema ao espetador, principalmente aos fieis mas acaba por na sua execução ao longo de mais de uma hora desta fase ser demasiado repetitivo.
Assim, e mesmo com uma realização e uma riqueza produtiva e contextual que se encontra nos padrões Scorsese, e sublinhando também o facto de ser uma historia sobre portugueses o que acaba por nos aproximar a nos lusitanos do filme, temos que claramente considerar esta obra um filme mais pequeno da cinematografia de um realizador como Martin, contudo sublinhamos que um filme como este seria a montra de muitos outros realizadores.
A historia fala de dois padres jesuitas que embarcam para o Japão no sentido de apurarem o que aconteceu com o seu mestre, depois de rumores indicarem que ele negou Jesus Cristo. Assim encontram um Japão consituido por inquisidores com o objetivo de tudo fazerem para os cristãos negarem a sua relegião.
Em termos de argumento claramente que estamos perante um filme que se assume como partidário de um dos lados e com uma componente religiosa muito grande, não se preocupando nunca com os equilibrios. Em termos de fase, para um filme tão longo necessitava de mais acontecimentos, já que a determinada altura se torna repetitivo pelo menos cinematograficamente. Pese embora tal facto parece-me uma historia com dimensão.
Martins Scorsese como realizador já provou de tudo, um dos melhores e mais versáteis realizadores da historia do cinema, que aqui volta um pouco as experiencias como Kundum de exprimentar culturas diferentes que lhe exijam criaçao de tempo e de espaços. Nao é a mais surpreendente das suas realizações, mas tem o marco da sua competência.
O filme parece numa fase inicial algo orfão de grandes figuras, Neeson apenas tem poucos minutos de ecrã, sendo grande parte do filme entregue a um garfield que teve um ano de sonho. Dois papeis muito semelhantes em termos de intensidade e disponibilidade fisica e recursos interpretativos. Parece-me bem mais compentente neste Silencio do que no filme que lhe deu a nomeação. Mas demonstra que estamos perante um actor com recursos interessantes e intensidade de primeiras escolhas. Nos secundários Driver claramente melhor que Neeson.

O melhor – A primeira hora de filme, juntando a questão da fé, com um bom filme de acção.

O pior – A segunda parte parece um circulo visioso dificil de interromper


Avaliação - B-

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